Somos imensidões no refúgio da noite.

Entre as sombras dançantes das árvores e de vossos corpos a caminhar por longas estradas congestionadas de risadas ecoadas no ar; nós, apenas eu e você e, nosso gostar estrondoso pela cidade a passar.

Sem telespectadores, somos donos do nosso próprio projeto de insanidade. Descobrindo um no outro o pouco da coragem que faltava em si só. Eu te faço intenso e, você, me devolve em doses triplas de pura adrenalina.

Entrelaço minhas mãos nas suas e danço no meio fio da estrada de olhos fechados, sem medo de tropeçar, pois sei que, a frente estarás para me segurar se por um segundo eu cogitar escorregar. É essa certeza gostosa de estar ao seu lado e querer fazer durar.

Meus olhos se perdem nas suas entrelinhas e os seus trejeitos me levam a querer desvendar esse sorriso que acaricia o meu coração acelerado. Nós iluminamos a noite tão intensamente que, quando estamos juntos esquecemos da hora de voltar.

Estamos em busca do equilíbrio em cima do fio da navalha, a gente diz que vai ser a última vez, mesmo sabendo que ainda terás muitas últimas vezes. 

A gente ama, a gente implica, a gente briga, a gente some, a gente volta, e ama, e sofre, e ama.

O mundo fica diferente ao seu lado. E, quando vem o amanhacer, eu espero pelo próximo momento para transbordar mais de você. De novo e, de novo.

Até a imensidão da noite novamente para nós chegar.